O Grupo ASM, especializado na conceção de equipamentos e sistemas metalomecânicos para armazenagem e produção de energia, desenvolveu recentemente uma nova tecnologia de flutuabilidade compatível com intervenções até 4000 metros de profundidade, suportando uma pressão de sensivelmente 400 bar.
De acordo com Cláudia Matos Pinheiro, presidente do conselho de administração da A. Silva Matos Metalomecânica, ‘este tipo de desenvolvimento tecnológico insere-se num nicho de mercado muito específico e com grande utilidade e aplicação, sobretudo em mercados relacionados com prospeção de matérias-primas, combustíveis fósseis, e inspeção de infraestruturas subaquáticas’.
O projeto Deepfloat, como é designado, representou um investimento de 1,9 milhões de euros e privilegiou parcerias com o sistema científico e tecnológico e com a Marinha portuguesa para criar soluções não disponíveis no mercado, capazes de assegurar a realização de trabalhos de prospeção e controlo de equipamentos em alto mar.
Cláudia Matos Pinheiro explicou que ‘de entre as tecnologias de flutuabilidade desenvolvidas, a de maior destaque foi um sistema dinâmico de variação de flutuabilidade compatível com funcionamento até 400bar. Este sistema permite variar a flutuabilidade do sistema robótico a transportar, gerindo, assim, a capacidade de subir e descer na coluna de água com baixo consumo de energia.’
A gestora, que é também membro da Rede Mulher Líder, destacou ainda que os resultados alcançados têm grande potencial e impacto na engenharia oceânica para mar profundo.
O projeto contou com a parceria do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores (INESC TEC), do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISP) e do Centro de Investigação Naval (CINAV), e foi cofinanciado pelo Portugal 2020, através do Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico.