O último relatório da ONU Mulheres, apresentado em setembro, alerta para as desigualdades estruturais em termos de direitos das mulheres e calcula que o nível de paridade pode levar até 286 anos a ser atingido.
‘Ao ritmo atual de progresso, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável focados na igualdade de género podem levar décadas, e até séculos, para se materializarem’, afirmou
Anita Bhatia, vice-diretora-geral da ONU Mulheres, durante a apresentação pública do estudo.
‘Pode levar até 286 anos, quase três séculos, para que as mulheres tenham os mesmos direitos e proteções legais que os homens’, referiu a responsável, sublinhando que “a paridade na força de trabalho não será alcançada nos próximos 140 anos” e que “é provável que demore 40 anos para se alcançar a igualdade de representação nos parlamentos de todo o mundo”, caso não não sejam criados mecanismos que permitam acelerar este processo.
O estudo refere ainda que a pandemia ajudou a agudizar desigualdades nestes últimos anos, apontando para uma perda pelas mulheres de cerca de 800 mil milhões de dólares em rendimentos em 2020, em função da COVID-19. Apesar de trajetórias de recuperação em várias partes do mundo, o estudo estima que a participação feminina no mercado de trabalho “será menor em 2022 do que antes da pandemia” e que o atual contexto de crise financeira, energética e alimentar, decorrente do cenário de guerra, vai necessariamente trazer consequências para o agravamento do quadro de desigualdades entre homens e mulheres.
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