Com o processo de sucessão em curso, primeira e segunda gerações partilham atualmente a gestão do negócio familiar, que começou, em Leiria, há quase 50 anos.
Para Maria João Tomaz, filha dos fundadores do Grupo Beatriz Godinho Saúde e administradora com a tutela as áreas da Gestão, Contabilidade, Comercial e Marketing, o segredo para a manutenção das empresas na esfera familiar é as novas gerações acreditarem no negócio e quererem fazer parte dele.
Foi o que aconteceu com Maria João e as suas duas irmãs, que desde muito cedo estiveram ligadas à atividade empresarial dos pais. ‘Em estudantes, já fazíamos estágios na empresa. Eu mais na área da contabilidade, as minhas irmãs mais nas atividades do laboratório em si’, recorda a gestora numa entrevista em família concedida ao jornal Região de Leiria, no contexto de uma edição especial sobre o tema da sucessão.
As irmãs relatam que desde crianças o assunto ‘empresa’ e ‘laboratórios’ sempre fez parte das suas vidas e que a questão da sucessão sempre foi abordada com naturalidade entre pais e filhas.
Mais tarde, as áreas de formação e experiências complementares das três irmãs vieram facilitar a tarefa de integração e distribuição de funções no seio do Grupo, logo após a conclusão dos seus percursos académicos.
As irmãs concordam que ‘o que era um desafio foi uma vantagem: cada uma tomou o seu lugar de acordo com as suas competências, sem que os pais tivessem que o decidir por nós’, relatam.
‘E todas quisemos fazer parte desta sucessão, reforça Maria João Tomaz. ‘Poderia ser necessário recorrer a profissionais externos, mas até hoje, a administração mantém-se em família’, afirma a empresária.
A cultura de trabalho e comunicação, e o bom relacionamento que mantêm no núcleo familiar, são apontados como fatores de sucesso na passagem do testemunho empresarial de pais para filhos.
Maria João Tomaz considera decisivo ‘o facto de a segunda geração estar há bastante tempo no negócio, ter crescido com ele, mas sobretudo o querer continuar e fazer crescer tudo o que foi iniciado pelos pais e pelos colaboradores de há muitos anos’. A juntar a isto, a gestora refere ainda a importância do incentivo a uma cultura de aprendizagem permanente e de ligação a empresas com realidades semelhantes, que podem partilhar o que foi a sua experiência e boas práticas nestes domínios.
Relativamente ao papel do protocolo familiar, Maria João considera que ’foi útil fazê-lo, é um pretexto para começar a falar de temas delicados e de que pela experiência que vou ouvindo e de várias empresas familiares, muitas vezes se foge’, mas ‘para já, para nós, ainda não teve utilidade prática formal, o que não quer dizer que não venha a ter no futuro, com a entrada de uma nova geração’, acrescenta.
Com a atividade farmacêutica a marcar a sua génese, o percurso de crescimento do Grupo Beatriz Godinho tem sido notável. Atualmente emprega perto de oito centenas de profissionais e presta uma vasta gama de serviços de saúde, que incluem exames auxiliares de diagnóstico, medicina em regime ambulatório, medicina de reabilitação, e atividade farmacêutica, O Grupo presta ainda outros serviços a empresas nas áreas da saúde e segurança no trabalho, e dos ensaios laboratoriais.
Aceda aqui à versão integral da entrevista publicada no Guia do Empresário, editado pelo Região de Leiria.